terça-feira, 3 de novembro de 2015

20 anos de gratidão, não apenas de idade!

Neste tão amado 1° de Novembro de 15 gostaria de legar minha gratidão a Deus, à minha família e aos que minha história compõem. Porém, antes abrirei um pequenino espaço para que você possa se interagir com minha formação de caráter. Por isso, peço que leia até a última palavra deste pequeno pedaço da minha história. Eu diria que é apenas 0, 000.000.000.000.000.000.000.0001% de toda a história dos meus 20 anos de WK.
Quem me ver hoje, nas atuais posições sociais em que me encontro, seja ela profissionalmente, economicamente ou até mesmo espiritualmente, nem imagina o que já enfrentei para conseguir chegar até aqui. Apesar de não ser ainda rico ou mesmo tão popular assim as pessoas me vêm como alguém que nunca tenha visto um cabo de enxada, mesmo tendo segurado em um até cerca de meus 16 a 17 anos para ajudar no sustento de minha amada e venerada família. Ou como um rapaz “filhinho de papai” e “netinho da vovó”, como se não tivesse passado pelas severas dificuldades sociais e financeiras a que vivi em praticamente toda a minha infância.
Quem me conheceu desde pequeno, assim como minha família, sabe do quanto tenho conseguido com, primeiramente, a ajuda do Deus em quem sempre confiei, e segundo, com meus esforços e também o apoio da minha Família. O que sou hoje, posso ariscar a afirmar que 1.000% foi cedido por Deus e outros 100% divididos entre a família e minha visível coragem de enfrentar a vida e encarar os desafios.
Fui um guri bem AMIGÁVEL e PONTUAL (características que me personaliza até hoje). Na vasta família, onde se compõem grande parte da população Combinadense e Aurorense – cidadelas pacatas e antigas ao sul do Tocantins – sempre obtive muito respeito. Hora pela dedicação, hora pelos reconhecimentos educacionais. Digo isso não para me promover e sim para percebam que tive uma educação excelentíssima aplicada em casa por meu sábio pai negro e baiano, Rufino Pereira de Jesus, e pela Maranhense de canela fina e pele branca, Orlene Alves Vieira. Acho que já deu para perceber que eles são separados né? Apesar desse indesejado acontecimento que dilacerou a família há uns sete ou dez anos, a família conseguiu permanecer unida onde um sempre dá apoio ao outro. Meu pai, depois de nós, já teve três outras famílias. Nesta terceira acho que deu muito certo. Sua atual esposa estava grávida quando ele a apanhou como companheira, mas ele ainda fez mais 2, mesmo aos 54 anos. Já minha mãe, querida até pela família de meu pai, continua mais próxima de nós.
Me lembro que quando eu era ainda estudante do Ensino Fundamental e Pré-Escola cheguei a carregar meus tão bem cuidados e foleados livros em sacos de açúcar. Quando o chinelo arrebentava suas sofridas correias colocávamos “grampinas/grampos” para que durassem por mais alguns dias. Quando íamos na companhia de nossos pais ao supermercado já sabíamos que não adiantava chorar ou clamar por um caderno didático daqueles com figurinha destacáveis com personagens timbrados que chamavam a atenção de qualquer criança. No máximo, um de dez matérias que não possuía, nem mesmo, uma cartelinha das mais simples ou ao menos folhas destacáveis. Era uma tristeza! Para nós, e também para os nossos pais. É importante também ressaltar que nunca passei fome, mas nem sempre comi aquilo que minha boca, enxaguada por tão “desejórias” salivas, almejava comer.  
Apesar desta aparente simples infância, existia um lado maravilhoso que não posso reclamar. Foi uma infância incrível e cheia de alegres brincadeiras como: Soltar Raia, Pique-esconde, Pique-pega, Polícia-Ladrão, Boca de Forno, Índios Nativos, entre outras encantadoras e saldáveis brincadeiras.
De todas estas necessidades pude tirar uma moral para minha história. Consigo perceber que se não tivesse passado por tudo isso, não saberia aplicar o devido valor a qual aplico hoje em cada passo dado, cada espaço conquistado ou mesmo nas chances e oportunidades que me aparecem cotidianamente. Não agiria com tamanha responsabilidade a que tenho hoje ao me deparar com divergentes situações da vida. Não conseguiria entender que para alcançarmos os nossos objetivos, temos que muitas das vezes, abaixar a cabeça para alguns e levantarmos ela no futuro com o dobro de força. Talvez nem mesmo compreenderia tamanha carência que temos de humildade.

 A cada passo que dou tento agradecer a Deus e aos que me sustêm diretamente ou indiretamente. Hoje, olhando para traz, entendo que Deus me deu tudo na quantia certa ou até despojada e que meus pais não me deram tudo que eu quis, mas me deram tudo aquilo que eu precisava. 

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