Fingimos querer o que não queremos, viver o que não vivemos e amar o que odiamos.
É tão triste, mas fingimos que isto não é um problema.
Fingimos ser bem sucedidos e ostentamos uma vida para
parecermos prósperos, ao mesmo tempo em que nos endividamos ou mesmo deixamos o
essencial de lado. Tudo por conta do status.
Fingimos não estar afim de alguém só para tentar passar uma
imagem de que não precisamos ser amados, ao mesmo tempo em que no fundo, no
fundo, estamos interessados.
Até demoramos responder no whatsapp só para
transmitir a impressão de ser alguém difícil, desejada, requisitada. Tudo por
conta do nosso ego e insegurança. Gente precisada.
Também reclamamos não ser amados, ao mesmo tempo em que nem
amamos.
Ficamos com várias(os) parceiras(os) que nem gostamos, com a
intenção de nos sentirmos os garanhões ou mesmo requisitados.
Fechamos os olhos quando o problema não nos afeta
diretamente, apenas para não precisarmos ajudar. O que acontece com essa gente?
Fingimos até estar felizes. Só postamos fotos dos
esporádicos momentos bons, para fingir que estamos sempre bem, sorrindo, ostentando,
amando e sendo amados. E, às vezes, nos bastidores, somos pessoas amargas,
depressivas, problemáticas, pobres e vazias.
Fingimos ser ricos, mesmo sendo pobres. Somos de baixo
requinte, quando que fingimos ser nobres.
Fingimos que a nossa vida é só bebida e curtição, quando no
fundo somos solidão.
Tem mulher que finge até orgasmo e homem que finge amor. Uns
fingem frio e outros calor.
Fingimos concordar o tempo todo com as pessoas à nossa
volta, com medo de que estas se afastem. Ao mesmo tempo, arrotamos que somos sinceros.
Falsidade aqui é mato! Que chato.
Fingimos ser bons em tudo, para parecermos fortes e
insuperáveis, quando que somos pessoas falhas, fracas e aprendizes. Por isto
não somos felizes.
Fingimos inconformidade, mas continuamos calados.
Falamos que “o que vem de baixo não nos atinge”, ao mesmo
tempo em que postamos compulsivamente frases sobre pessoas que falam mal de
nós. Afinal, fingimos não estar nem aí para as fofocas, quando na verdade nos
sentimos muito mal quando elas chegam até a gente. Estamos doentes!
Tem gente que finge transformação, outros constância. Alguns
fingem justiça, mas são vingança.
Nos aproximamos de pessoas por interesse em algo e não no alguém. Afinal, parece que vivemos de trocas. Que desdém!
Fingimos sentir saudade e apego, mas sequer nos preocupamos
em saber se as pessoas então bem.
E, por falar nisto, fingimos comemorar as conquistas
daqueles que estão à nossa volta. Até queremos vê-los bem, de modo algum melhor
que a gente.
Tem gente que finge ódio, tem gente que finge paixão. Alguns
fingem dor, outros emoção.
Fingimos saber de tudo, mas não entendemos de nada.
Fingimos ser o que não somos, ter o que não temos e sentir o
que não sentimos.
Afinal, sempre fingimos!
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