Neste tão amado 1° de Novembro de 15 gostaria de legar minha
gratidão a Deus, à minha família e aos que minha história compõem. Porém, antes
abrirei um pequenino espaço para que você possa se interagir com minha formação
de caráter. Por isso, peço que leia até a última palavra deste pequeno pedaço
da minha história. Eu diria que é apenas 0, 000.000.000.000.000.000.000.0001%
de toda a história dos meus 20 anos de WK.
Quem me ver hoje, nas atuais
posições sociais em que me encontro, seja ela profissionalmente, economicamente
ou até mesmo espiritualmente, nem imagina o que já enfrentei para conseguir
chegar até aqui. Apesar de não ser ainda rico ou mesmo tão popular assim as
pessoas me vêm como alguém que nunca tenha visto um cabo de enxada, mesmo tendo
segurado em um até cerca de meus 16 a 17 anos para ajudar no sustento de minha
amada e venerada família. Ou como um rapaz “filhinho de papai” e “netinho da
vovó”, como se não tivesse passado pelas severas dificuldades sociais e
financeiras a que vivi em praticamente toda a minha infância.
Quem me conheceu desde pequeno,
assim como minha família, sabe do quanto tenho conseguido com, primeiramente, a
ajuda do Deus em quem sempre confiei, e segundo, com meus esforços e também o
apoio da minha Família. O que sou hoje, posso ariscar a afirmar que 1.000% foi
cedido por Deus e outros 100% divididos entre a família e minha visível coragem
de enfrentar a vida e encarar os desafios.
Fui um guri bem AMIGÁVEL e
PONTUAL (características que me personaliza até hoje). Na vasta família, onde
se compõem grande parte da população Combinadense e Aurorense – cidadelas
pacatas e antigas ao sul do Tocantins – sempre obtive muito respeito. Hora pela
dedicação, hora pelos reconhecimentos educacionais. Digo isso não para me
promover e sim para percebam que tive uma educação excelentíssima aplicada em
casa por meu sábio pai negro e baiano, Rufino Pereira de Jesus, e pela
Maranhense de canela fina e pele branca, Orlene Alves Vieira. Acho que já deu
para perceber que eles são separados né? Apesar desse indesejado acontecimento
que dilacerou a família há uns sete ou dez anos, a família conseguiu permanecer
unida onde um sempre dá apoio ao outro. Meu pai, depois de nós, já teve três
outras famílias. Nesta terceira acho que deu muito certo. Sua atual esposa
estava grávida quando ele a apanhou como companheira, mas ele ainda fez mais 2,
mesmo aos 54 anos. Já minha mãe, querida até pela família de meu pai, continua
mais próxima de nós.
Me lembro que quando eu era ainda
estudante do Ensino Fundamental e Pré-Escola cheguei a carregar meus tão bem
cuidados e foleados livros em sacos de açúcar. Quando o chinelo arrebentava
suas sofridas correias colocávamos “grampinas/grampos” para que durassem por
mais alguns dias. Quando íamos na companhia de nossos pais ao supermercado já
sabíamos que não adiantava chorar ou clamar por um caderno didático daqueles
com figurinha destacáveis com personagens timbrados que chamavam a atenção de
qualquer criança. No máximo, um de dez matérias que não possuía, nem mesmo, uma
cartelinha das mais simples ou ao menos folhas destacáveis. Era uma tristeza!
Para nós, e também para os nossos pais. É importante também ressaltar que nunca
passei fome, mas nem sempre comi aquilo que minha boca, enxaguada por tão “desejórias”
salivas, almejava comer.
Apesar desta aparente simples
infância, existia um lado maravilhoso que não posso reclamar. Foi uma infância
incrível e cheia de alegres brincadeiras como: Soltar Raia, Pique-esconde,
Pique-pega, Polícia-Ladrão, Boca de Forno, Índios Nativos, entre outras
encantadoras e saldáveis brincadeiras.
De todas estas necessidades pude
tirar uma moral para minha história. Consigo perceber que se não tivesse
passado por tudo isso, não saberia aplicar o devido valor a qual aplico hoje em
cada passo dado, cada espaço conquistado ou mesmo nas chances e oportunidades
que me aparecem cotidianamente. Não agiria com tamanha responsabilidade a que
tenho hoje ao me deparar com divergentes situações da vida. Não conseguiria
entender que para alcançarmos os nossos objetivos, temos que muitas das vezes,
abaixar a cabeça para alguns e levantarmos ela no futuro com o dobro de força.
Talvez nem mesmo compreenderia tamanha carência que temos de humildade.
A cada passo que dou tento agradecer a Deus e
aos que me sustêm diretamente ou indiretamente. Hoje, olhando para traz,
entendo que Deus me deu tudo na quantia certa ou até despojada e que meus pais
não me deram tudo que eu quis, mas me deram tudo aquilo que eu precisava.