quinta-feira, 25 de outubro de 2018

O pior estado de escravidão é quando ela sai do campo físico e se instala no mental

REPRODUÇÃO: Nikkei Asian Review


A manobra de massas nunca deixou de ser instrumento nas mãos de políticos. Hoje, com o advento da internet, sofremos um câncer devastador chamado Fake News, termo que o brasileiro conheceu na prática em sequência às eleições nos EUA.

Para alguns dos eleitores, um texto ou vídeo compartilhado no Whatsapp não precisa necessariamente ser verdadeiro, mas apenas precisa ser a favor de seu candidato preferido e contra a oposição.

No caso de Bolsonaro, todas e quaisquer notícias sobre suas declarações absurdas são chamadas de tendenciosas e inverdadeiras. Mas quando o teor das mesmas é comprovado, pulam para a casinha da passividade, relativização, justificação, ironia, menosprezo e banalização, buscando minimizar a gravidade de tal fato. Não há lugar para reflexão ou repúdio.

Este comportamento põe a teoria pregada por eles mesmos em contradição. Aquela de que os eleitores do PT é que são burros e massa de manobra.

O que mais me preocupa não é o fato de 57% dos eleitores votarem em Bolsonaro. O que me assusta é uma enorme parcela destes que não consegue sequer questioná-lo. Aceitam todo e qualquer posicionamento ou declaração com preocupante passividade.

Assim, criam um ambiente de extremo conforto para o futuro presidente do País. Afinal, não precisar prestar conta e esclarecimentos sobre seus posicionamentos esdrúxulos é tudo que Bolsonaro quer. A indisposição ao raciocínio e o fugir do campo do debate é o seu habitat natural.

O Capitão tem um vasto histórico de posicionamentos ridículos, machistas, violentos, rasos e homofóbicos.

Uma sociedade com indivíduos “não pensantes” é o cenário ideal para os moldes ditatoriais e prejudiciais à democracia.

O mesmo alerta cabe também a uma parcela de eleitores de Haddad.

Se o que ajusta um líder são seus seguidores, creio que quem permite o Bolsonaro tornar-se quem é são alguns de seus próprios eleitores.

O cidadão que não é capaz de questionar os deveres de seus representantes, está sujeito a viver sem seus direitos pro resto da vida.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Não deu pra segurar a falta, então eu fiquei

Teatro Goiânia


A capital do Sertanejo sempre esteve atrelada aos meus sentimentos de paixão.

Hoje, como escrevi em um outro texto, o que mais me encanta na cidade é o multiculturalismo, a mistura, a diversidade.

Goiânia parece ter mais tocantinenses, baianos, paraenses e maranhenses do que o próprio goianiense. 

É a cidade dos pastéis na feira, do morango à beira-rua, dos pequis nos terminais e do português e trânsito diferenciados. Aqui, além do Sertanejo, encontramos estilos musicais do Rock ao MPB, do Forró ao Funk. 

Quando pisei em solos goianienses pela primeira vez, eu ainda vivia meu primeiro aninho de vida. Tudo era novo, tudo era emoção. 

Na ocasião, protagonizei uma das histórias mais emocionantes que minha Mãe já viveu. Na casa de uma das tias que eu tenho na bela Cidade, avistei um fogão que me conquistou pelas cores e design que o embelezavam. 

Resolvi abrir a porta do forno e adentrar àquela máquina que, na imaginação fértil de uma criança, mais parecia uma nave com tecnologia de ponta. Passageiro a bordo, fechei a porta da aeronave e comecei a viajar no meu universo de menos de 2m³. 

Foi um desespero! Após me procurarem por todo canto da casa, saíram às ruas, imaginando que alguém teria me raptado ou que eu fui dar uma volta no bairro.

Ao retornarem para dentro de casa, escutaram um barulho meio estranho na cozinha. Era eu simulando o pouso de minha aeronave. 

Nos passeios à noite, pela cidade, ficava seduzido com as miríades de luzes amontoadas dos bairros ao redor. Era a iluminação pública, mas na minha cabeça tudo fazia parte de uma interminável ornamentação natalina. Estávamos no Natal, por sinal! Inclusive foi aqui que tive o meu primeiro e triunfal encontro com o Papai Noel, no Goiânia Shoping.

Em 2007, já aos 12 anos de idade, tornei voltar à Capital do Goiás. Não foi muito fácil! Meu pai prometeu me trazer, mas eu teria que conseguir a metade da passagem. Minha paixão era grande. Tratei imediatamente de levantar o dinheiro.

Até hoje eu não sei exatamente o porquê, mas sempre amei a cidade. 

Me lembro como se fosse hoje de eu abordar as senhoras (da Rua Gov. José Ludovico, onde eu morava, em Ponte Alta do Bom Jesus-TO) e me oferecer para eu capinar o quintal da casa delas, pois precisava vir a Goiânia, passar o Natal. Acho que pelo fato de ser ainda criança e tão empenhado, acabei as convencendo. 

Consegui o dinheiro e vim. 

Foi outro Natal, dessa vez ainda mais encantador. Passei pela primeira vez pelo maravilhoso túnel natalino da Tamandaré, uma praça do Setor Oeste, região nobre da Capital.

Pensei que já pudesse ficar, mas minha Mãe, que estava no Tocantins, não quis deixar.

Só em 12 de Abril de 2012 é que eu e minha Família finalmente nos mudamos de vez para cá. Decidimos de uma hora pra outra, o que me deixou um pouco de inseguro. Mas a prerrogativa era "para ter um futuro melhor e poder crescer na vida". Acho que deu e está dando certo. Aqui concluí o Ensino Médio e fiz Faculdade. 

Olhando para trás, percebo o quanto me fez bem sair da Rua José Ludovico para a Capital do majestoso Pedro Ludovico. Hoje nem passa por minha cabeça sair daqui um dia. A paixão continua, e o encanto também.

Numa licença poética de "Rumo À Goiânia", de Leandro e Leonardo, eu diria que não deu pra segurar a falta e então eu fiquei. 

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Ao colocarmos Haddad e Bolsonaro no segundo turno, já elegemos o PT em 2022

IMAGEM DA INTERNET


Com o cenário instaurado pelas pesquisas, nem faz mais sentido chamar o Bolsonaro de candidato. Ele continua à frente da disputa presidencial com 59% dos votos válidos contra 41% de Fernando Haddad. Tudo isto a apenas 13 dias para o segundo turno.

Já está decidido: ele será o próximo Presidente do Brasil. Na verdade, agora, precisamos ser mais maduros e começarmos já a discutir como será o seu governo.

Como eu já havia dito anteriormente, em outro artigo, a “prisãode Lula será útil ao seu discurso futuro, onde se colocará como mártir”.

O ex-presidente Lula está preso já há seis meses (desde abril deste ano), condenado a 12 anos e um mês de prisão, no caso Tríplex do Guarujá. Como eu também já disse, tenho uma forte impressão de que a condenação se resumirá em menos de um terço da pena. Nada que um Habeas Corpus não resolva.

Talvez os brasileiros que votaram em Bolsonaro para dizimar o PT não tenham ainda percebido, mas o Lula não está, de fato, interessado em eleger alguém nestas eleições de 2018. Isto porque quem for eleito enfrentará grandes desafios e terá de aprovar projetos e PEC’s impopulares, ainda mais severas que as de Michel Temer.

E, de acordo como reza o plano de governo do capitão, as ações serão ainda mais profundas. Além dos graves problemas com a saúde, educação e segurança, o próximo chefe do Executivo terá de resolver as questões previdenciárias, trabalhistas e fiscais.
Como disse o próprio Bolsonaro, a cadeira da presidência não está muito convidativa, independentemente do presidente escolhido para sentar.

Com isto, é muito mais inteligente Lula ter tentado concorrer e, mesmo sabendo que não iria ganhar, aproveitar para introduzir uma retórica vitimista, que reforçará no oposicionismo durante o governo de Bolsonaro. E depois dizer, “bem que eu avisei”.

Para Lula, ruim seria se ele não tivesse sido preso, situação que incendiaria o consciente coletivo e popular do brasileiro em um sentimento de revolta e sensação de impunidade. Aí, sim, o PT poderia ser extinto.

Lula não perdeu os direitos políticos, apenas teve a candidatura impugnada em 2018. Mas, em 2022, caso ele já esteja solto (situação mais provável) e até onde eu saiba, nada o impede de se candidatar a presidente e voltar com o discurso, acusando a própria Justiça e demonizando o seu então adversário Bolsonaro. Um espécie de “FORA BOLSONARO!”.

É uma estratégia ‘lulística’ que nem os diplomados ainda não perceberam.

Ao colocarmos Haddad e Bolsonaro no segundo turno, já elegemos o PT em 2022. 

Últimas postagens

Entre em contato comigo

Nome

E-mail *

Mensagem *