terça-feira, 9 de agosto de 2016

Deboche de médico paulista sobre pronúncia errada de paciente é reflexo da desigualdade social no Brasil

Pensamento não passa longe do dia a dia de quem convive com a desproporção de instrução educacional. Cerca de 22 milhões de pessoas no país ainda não são alfabetizadas

Foto: Reprodução Internet
Quem não ficou revoltado com a 'brincadeirinha' postada no Facebook pelo médico Guilherme Capel, plantonista no hospital Santa Rosa de Lima, em Serra Negra, São Paulo? Você, assim como eu, pode até me dizer que não, mas saiba que está também sendo mais um fruto da desigualdade social no país. Quando vi as primeiras fumaças da grande repercussão, já imaginava a amplitude que isso tomaria. Afinal, hoje, com essa mágica chamada internet, tudo chega ao conhecimento de todos bem rápido. 
Meu primeiro pensamento, assim como o das funcionárias mandadas embora por comentar o post, foi: "Nossa...! Povo não sabe falar o básico, imagina palavras mais formais. A decadência da língua portuguesa tá triste. Chega me coça a boca para corrigir." Se pensarmos bem, o que eu e mais uma miríade de pessoas pensamos não está errado. Realmente, a grande maioria parece falar com um certo desleixo mesmo. É um tal de "ramo, nórrai, cumê, seje" e por aí vai. E para acabar de completar, vieram as redes sociais onde falar correto é quase que proibido (não fosse minha ironia...).
Voltando ao assunto em questão
O caso ocorreu na semana passada, mais especificamente na quarta-feira (27). Trata se de um post feito no Facebook zombando da forma errada com que o paciente fala dos termos médicos. Na foto, o médico segura, com cara de deboche, um receituário com a frase "não existe peleumonia e nem raôxis".
A consulta teria sido no mesmo dia em que fez a publicação. Segundo o eletricista Claudemir Thomaz, de 25 anos, o plantonista se referia ao seu padrasto, José Mauro de Oliveira Lima, que teria falado as mesmas palavras (raôxis e peleumonia) durante a consulta que fez com o médico. Ainda de acordo com ele, o padrasto estudou só até o segundo ano do Ensino Fundamental, o que torna difícil a pronúncia de nomes como estes.
Relação com a desigualdade social no brasil
Depois que consegui me libertar do pensamento citado no início, claramente pertencente do senso comum, eu percebi que o acontecido era/estava ligado ao mais profundo problema de desigualdade social no brasil. Tá Worlem! Mas o que tem haver? Tudo! Tem tudo haver.

Pra se ter uma ideia, de acordo com os últimos dados disponibilizados pelo Índice Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, os índices educacionais do país ainda são alarmantes. Cerca de 12% da população ainda não é alfabetizada, ou seja, não sabe ler, escrever ou fazer cálculos básicos. Tá achando 12% pouco? Vou traduzir em números de pessoas: significa 22 milhões de indivíduos. Isso coloca o brasil atrás de todos os países desenvolvidos (hemisfério sul) e de muitos subdesenvolvidos.
Já de acordo com a UNESCO, o Brasil possui a oitava maior população com mais adultos analfabetos do mundo. Assustador, não é mesmo?

São cerca de 12 milhões de pessoas e, entre elas, está o sr. José Mauro de Oliveira, vítima da insensatez proveniente de um construído todo de uma sociedade ainda deficiente. Pra piorar, falo mais: dos 36 milhões de adultos analfabetos na América Latina, 38,5% são daqui do Brasil. São 14 milhões de pessoas num país que abriga cerca de 34,2% de toda a população latino-americana.
São muitos dados mesmo. Isso porque resumi ao mínimo para que você compreendesse melhor e interpretasse bem esse pensamento. Agora vamos ao que mais me interessa!

Provavelmente, o jovem médico da história é apenas mais um dos da minoria que consegue alcançar o direito à educação do Ensino Superior ou graduação. Falo eu nas duas categorias (particular e público); mais ainda no particular, já que o público se torna ao mesmo patamar de dificuldades para adentre [[[lembramo-nos que quem não estuda em escola particular ou não faz um cursinho pré-vestibular tem menores chances ainda de ingressar no Ensino Público; se a maioria é pobre, como conseguir renda o suficiente para suster estes preparatórios? A única coisa que resta é competir com os ricos, de maior preparo, usando as 'cotinhas' do governo mesmo...]]].

O saber dos "sem saber"
Andei pesquisando sobre a vida dos dois (não encontrei muita coisa) e descobri que Guilherme (o médico) se formou em uma universidade estadual. O mecânico, como a gente já sabe, é só um mecânico mesmo. E quando eu digo "mecânico mesmo", por favor, não interprete como um preconceito, só estou tentando mostrar a diferença de patamares sociais.
Talvez está aí a chave para entender o porquê de tudo isso ter haver com desigualdade social no Brasil.
O médico teve estrutura, de alguma forma o necessário para se formar e ter acesso a um conhecimento maior, não só da medicina, mas também de suas pronúncias e demais complicáveis que o seu José Mauro falara no dia-a-dia.

Pensemos na desigualdade de conhecimento/instrução que cada um possui. Eu, particularmente, acredito que a correção (no individual) caberia ao jovem médico passar somente e, no máximo, a um colega de patamar e instrução ao nível. Ele é, com certeza, consciente de pra quem estava falando; uma pessoa que provavelmente, diferentemente dele, sequer havia conseguido condições mínimas para dar continuidade aos estudos. Caberia muito bem uma humildade.

Quando pensei em escrever este artigo, me lembrei de um conselho que uma professora, a Elizeth (dos tempos em Faculdades) me disse: "Se ensina mais com o fazer do que com o falar. Temos que nos tornar em uma linguagem entendível para quem falamos. Elas não são obrigadas a uma conversação de igual nível formal. Nós é que somos em dever de falar de forma que não precisem traduzir."
Uma outra frase ainda de maior perfeição foi citada por meu filósofo preferido. Nela ele diz: "Um sábio orienta sem ofender e ensina sem humilhar."
Acho que já deu pra entender claramente o que eu quis dizer.
Por Worlem Kenedy, da equipe WK.
Obs. Texto sujeito a alterações para correção de não concordâncias ou erros ortográficos. 
Fontes pesquisáveis:
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/education/education-for-all/
http://veja.abril.com.br/educacao/unesco-38-dos-analfabetos-latino-americanos-sao-brasileiros/
http://veja.abril.com.br/blog/impavido-colosso/brasil-e-o-8-pais-com-mais-adultos-analfabetos-do-mundo/
http://portalsuaescola.com.br/desigualdade-social/


segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Pagamento em dinheiro já é aceito em corridas da UBER

Mudança já foi feita em outras capitais como Recife, Salvador e Fortaleza, alavancando o número de corridas em 90%
Foto: WK
Desde a última sexta-feira (5) a UBER liberou o pagamento de corridas com dinheiro em espécie, na grande Goiânia. A empresa que antes só aceitava cartões de crédito no app, agora facilitou para aqueles que não podiam ou não faziam a utilização deste meio de pagamento. 
Para o Dir. de comunicação do aplicativo, Fábio Sebba, a quantidade de possíveis clientes que a empresa perdia por este motivo era muito grande. "Agora o usuário pode optar pela forma de pagamento preferida. Havíamos percebido que 60% das pessoas desistiam do cadastro justamente no momento em que era necessário informar os dados do cartão de crédito, o que explica que desistiam por só existir esta opção."
Segundo Fábio, a expectativa é que o número de usuários dobre com a medita. "Esta mesma mudança já fizemos em outras capitais como Recife, Salvador e Fortaleza e percebemos que o número de corridas sofreu um salto de 90%", ressalta.
A UBER ficou conhecida depois de causar polêmicas no mercado do transporte pelo preço bem abaixo e serviços mais interessantes do que os dos Taxistas. Depois que chegou em Goiânia, o app foi motivo até de discussão na Câmara. Embora ter crescido e ameaçado tomar o espaço das empresas que prestam o mesmo serviço, a empresa vai ter que somar ainda mais força para não perder para o mais novo aplicativo do ramo, o T81.
Para quem tiver interesse, o app pode ser baixado gratuitamente para Andróide ou IOS.
De Worlem Kenedy, por Rec TV.
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